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quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

O Melhor


Estamos obcecados com "o melhor".

Não sei quando foi que começou essa mania, mas hoje só queremos saber do "melhor".


Tem que ser o melhor computador, o melhor carro, o melhor emprego, a melhor dieta, a melhor operadora de telemóvel, os melhores tenis, o melhor vinho.


Bom não basta.


O ideal é ter o top de linha, aquele que deixa os outros para trás e que nos distingue, nos faz sentir importantes, porque, afinal, estamos com "o melhor". Isso até que outro "melhor" apareça e é uma questão de dias ou de horas até isso acontecer.


Novas marcas surgem a todo instante.

Novas possibilidades também.

E o que era melhor, de repente, nos parece superado, modesto, aquém do que podemos ter.


O que acontece, quando só queremos o melhor, é que passamos a viver inquietos, numa espécie de insatisfação permanente, num eterno desassossego.


Não desfrutamos do que temos ou conquistamos, porque estamos de olho no que falta conquistar ou ter.


Cada comercial na TV nos convence de que merecemos ter mais do que temos.


Cada artigo que lemos nos faz imaginar que os outros (ah, os outros...) estão vivendo melhor, comprando melhor, amando melhor, ganhando melhores salários.


Não se relaxa, porque temos que correr atrás, de preferência com o melhor tenis.


Não que a gente deva se acomodar ou se contentar sempre com menos. Mas o menos, às vezes, é mais do que suficiente.


Se não conduzo a 140, preciso realmente de um carro com tanta potência?


Se gosto do que faço no meu trabalho, tenho que subir na empresa e assumir o cargo de chefia que vai me matar de stress porque é o melhor cargo da empresa?


E aquela TV de não sei quantas polegadas que acabou com o espaço do meu quarto?


O restaurante onde sinto saudades da comida de casa e vou porque tem o "melhor chefe"?


Aquele champu que usei durante anos tem que ser substituido porque agora existe um melhor e dez vezes mais caro?


O cabeleireiro do meu bairro tem mesmo que ser trocado pelo "melhor cabeleireiro"?


Tenho pensado no quanto essa busca permanente do melhor tem nos deixado ansiosos e nos impedido de desfrutar o "bom" que já temos.


A casa que é pequena, mas nos acolhe.


O emprego que não paga tão bem, mas nos enche de alegria.


A TV que está velha,(ou o frigorífico, ou o fogão etc) mas nunca teve defeito.


O homem (mulher) que tem defeitos, como nós, mas nos faz mais felizes do que os(as) homens (mulheres) "perfeito(a)s".


As férias que não vão ser na Europa, porque o dinheiro não deu, mas vai me dar a chance de estar bem.


O rosto que já não é jovem, mas carrega as marcas das histórias que me constituem.


O corpo que já não é mais jovem, mas está vivo e sente prazer.


Será que a gente precisa mesmo de mais do que isso?


Ou será que isso já é o melhor e na busca do "melhor" a gente nem percebeu?


Sofremos demais pelo pouco que nos falta e alegremo-nos pouco pelo muito que temos.



Leila Ferreira


Este texto da Leila Ferreira reflete a realidade da maioria das pessoas no mundo de hoje. Trouxe aqui pro blog para que possamos refletir nas nossas prioridades, e fazer uma análise no quanto estamos valorizando as coisas mais simples e importantes da nossa vida, como a família, os amigos, a nossa saúde e bem estar, a harmonia em nosso lar...
É claro que todos nós queremos o melhor, isto é natural e saudável, mas é preciso que haja bom senso na aquisição do "melhor". Eu acredito que quando semeamos amor, fazemos o bem e evitamos o mal, cultivamos bons pensamentos e sentimentos, desejamos o melhor para o próximo, falamos com delicadeza e paciência, mantemos a nossa vibração elevada o maior tempo possível, somos gentis e otimistas, mantemos uma conexão diária com Deus, entre outras coisas, automaticamente recebemos o melhor! A vida nos retribui de acordo com o que damos. 
O melhor da vida não está no conforto, na tecnologia, na imagem, no poder, que muitas vezes gera arrogância, incita o orgulho e o egoísmo, incentiva a vaidade. O melhor da vida está nos pequenos detalhes do dia a dia, que na maioria das vezes, passam despercebidos. Pra mim, o melhor da vida é ter saúde, um lar para me abrigar, uma família unida e solidária, ver meus filhos e neta felizes e realizados, sendo pessoas de bem, é ter um emprego que me sustente e a oportunidade de estudar para ser uma pessoa melhor, fazer trabalho voluntário, exercer a minha mediunidade para o bem. É viajar, conhecer novos lugares, fazer novos amigos, trocar experiências, blogar, ler bons livros, ouvir música, dançar, alcançar os sonhos ou simplesmente, cumprir as metas, fazer cursos, aprender coisas novas, tirar férias. É rir até cair no chão e chorar ao assistir um comercial sobre a gentileza, andar de balanço nas alturas, sentir o cheiro do verde, ver o pôr do sol, o colorido das flores e o seu perfume, ouvir o canto dos passarinhos. É ter a certeza da presença de Deus na minha vida, com todo o seu infinito amor, é sentir Jesus me carregando no colo nos piores momentos, é acreditar na eternidade da vida e ter a certeza do reencontro na outra vida. O melhor, é deitar a cabeça no travesseiro todas as noites e ter a certeza de que eu fiz o meu melhor neste dia, que eu aprendi mais um pouquinho, que eu perdoei e passei, que eu abençoei e amei, e não fiz nem desejei nenhum mal a ninguém. Nada pode ser melhor do que a minha consciência em paz com Deus!!

Beijos da Mari!!♥

9 comentários:

Luna disse...

Procuramos cada vez mais no exterior a felicidade que só podemos encontrar dentro de nós e nas coisas simples da vida
beijinhos

Carmen Lúcia.Prazer de Escrever disse...

Obrigada pela visita Mari!Parabéns pelo lindo texto.

Bjs.

Carmen Lúcia

Anônimo disse...

Eu me lembro que antigamente as coisas duravam mais, não eram tão descartável como hoje, um ferro de passar durava anos, e hoje....e a mãe terra é quem mais sofre com isso, pois terá uma hora que os recursos naturais irão acabar...lindo e necessário post querida...xeros

Templates e Layouts Sal da Terra disse...

Oi flor!
Visitando seu cantinho e aproveito pra te convidar a conhecer o meu tb :)
Estou promovendo uma super promoção lá no blog: template personalizado + brindes por apenas R$25,00. Não dá pra perder né?
BeiJÚ e te espero *-*
http://blog-sal-da-terra.blogspot.com.br/

Denise Carreiro disse...

Mari, isso tudo é ilusão, para consumirmos cada vez mais e as vezes não darmos conta de pagar as nossas dívidas.
O material não nos trás felicidade, essa é a norma. Enquanto não acordarmos para isso, seremos eternos insatisfeitos.
Quanto a tua pergunta sobre se os animais continuam na família em suas próximas encarnações, será a próxima postagem desse tema. Vou te deixar esperando..... Muita paz!

chica disse...

Linda mensagem e reflexão que dela podemos fazer!Adorei! beijos,chica

Formiguinha disse...

Oi Mari:)

Aqui em Portugal é a mesma coisa!!! E apesar de estarmos em crise muitas pessoas ainda fazem tudo para conseguir o melhor carro; a melhor casa; a melhor roupa; etc...
Felizmente eu não penso assim e contento-me com o que tenho e com o que consigo e já me sinto feliz por isso:)

Boa reflexão! Adorei:)

Bom fim-de-semana!
Beijinhos

Sandra Portugal disse...

Encontrei muita energia boa por aqui!
Que mensagem mais do que perfeita!
Origada por compartilhar.
bj Sandra
http://projetandopessoas.blogspot.com.br//

Anônimo disse...

Importantes ponderações que realmente valem a pena serem refletidas, Mari.

Gosto de vir aqui, faz bem, parece sombra em dia quente.

Ótimo final de semana para você!