Páginas

quarta-feira, 23 de abril de 2014

O Poder do Foco


Nós realmente não temos ideia do quão poderosos somos. Temos a tendência de nos ver pequenos em um mundo enorme, fazendo todo o possível para influenciar as marés que estão entre nós e nossa realização. Mas há uma verdade que pode mudar essa percepção, deletar em nós o sentimento de vítimas para atingir a verdadeira liberdade: naquilo que você focar cresce.

Nosso foco cria a nossa realidade. Se nos concentrarmos no que está errado em nossas vidas e nossos mundos, o que vemos? O que há de errado! Mas se nos concentrarmos nas coisas que amamos, as coisas que nos inspiram e nos enchem de alegria, começamos a ver a beleza que antes estávamos tão cegos para ver. Você pode transformar sua experiência de vida em um instante, apenas optando em focar para dentro. Basta colocar a sua atenção profundamente para dentro de si, em vez de ficar preso nos dramas e preocupações do mundo que o rodeia, você pode quebrar os padrões que você teve ao longo da vida, de descontentamento e preocupação.

Então, se é tão simples, por que não o fazemos? Eu sei porquê: porque não queremos. Não queremos ser felizes, preferimos lutar por aquilo que achamos que deve ser corrigido. Não nos rendemos, queremos ganhar. Não queremos aceitar a nossa realidade, queremos perseguir nossas ideias sobre como as coisas deveriam ser, em vez de aceitá-los como elas são. Por quê? Porque estamos convencidos de que sabemos melhor do que ninguém como deveriam ser as nossas vidas. A verdade é que a nossa ideia do mundo perfeito foi moldada pelas opiniões de muitos, pelos medos e inseguranças causadas por muitas experiências de vida, por isso não é realmente a nossa ideia em absoluto.

As crianças não fazem isso. Elas abraçam o que elas têm, sem dúvida. Quando eu morava no litoral colombiano, os meninos locais costumavam jogar futebol com os pés descalços, com cocos. Eles não estavam lá fora, desanimados, pensando: "Se tivesse sapatos esportivos Nike, eu poderia jogar muito melhor". "Se tivéssemos uma bola de verdade, em vez do coco!" Eles não pensam assim, divertem-se demais apreciando o que têm do jeito que é.

Eu não nego a importância de trabalhar por um mundo melhor. Admiro qualquer atividade que ajude a unir a humanidade e melhorar a qualidade de vida no planeta. Mas se nos concentrarmos no que está errado, mesmo com a intenção de corrigir isso, estamos perpetuando descontentamento e insatisfação. Vamos nos concentrar no que temos conseguido, no mundo incrível e maravilhoso em que vivemos e as pessoas apaixonadas e inspiradas que estão dando o seu melhor para a humanidade a cada dia. Vamos nos concentrar no que podemos dar, nas maneiras pelas quais nós possamos trazer mais alegria e satisfação para a vida. Vamos nos concentrar em estar totalmente presentes, em nos conhecer, aceitar-nos e nos abraçar a nós mesmos. Então, naturalmente, estaremos compartilhando esse amor com aqueles que nos rodeiam.

No que você está focando agora? Nas frustrações do passado ou nas preocupações do futuro? Por que você não tenta, só por hoje, concentrar-se em aproveitar cada momento? Em dar o seu melhor em cada situação que se lhe apresenta?

Experimente. Descubra o poder do foco e, assim fazendo, assuma a responsabilidade de sua própria felicidade.
 
Autor: Isha
Texto extraído do site "Somos Todos Um"
 

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Siga o Seu Próprio Caminho

"Nada de imitar seja lá quem for. Temos de ser nós mesmos. Ser núcleo de cometa, não cauda. Puxar fila, não seguir". (Monteiro Lobato)

Segundo a fábula infantil, Maria era uma ovelha que sempre fazia o que as outras ovelhas faziam. Se todas iam para baixo ela ia também, se iam para cima, Maria as seguia. Ela nunca fazia o que queria, até que um dia tomou uma decisão que mudou o rumo de sua vida - trilhar o seu próprio caminho.

E assim pode ser o "João vai com os outros", quando prefere imitar, crer cegamente ou transferir responsabilidades que lhe são inerentes no processo vital. Espera que os outros decidam qual o melhor caminho para a sua vida, até sentir-se frustrado e decepcionado com o seu destino e despertar para a individualidade como meta de crescimento a partir de suas próprias escolhas.

A interdimensionalidade, inerente ao ser dotado de inteligência e livre-arbítrio, tem demonstrado na prática terapêutica, através de inúmeras experiências regressivas de memória, que reproduzimos padrões comportamentais associados à zona de conforto, cujo comodismo ou tendência de nos "sentirmos bem" na inércia existencial, leva-nos a repetir, vida após vida, experiências vinculadas ao fanatismo, que é a paixão cega que estimula-nos a cometer excessos em favor de uma religião, doutrina, partido político etc. Caminhos que, geralmente, embotam a mente e mantêm por tempo indeterminado, o indivíduo prisioneiro de processos obsessivos de origem anímica ou espiritual.

Nesta lógica, a síndrome de vitimização, entre outros desequilíbrios psíquico-espirituais que apresentam a baixa autoestima como um bloqueio às iniciativas necessárias ao crescimento pessoal, são responsáveis por um considerável número de pessoas que idealizam doutrinas ou idolatram indivíduos, transferindo, desta forma, uma parcela de sua própria responsabilidade nas mudanças que almejam para si mesmas ou para o contexto da sociedade.

No entanto, apesar de um tanto confuso e ainda envolvido pelas suas próprias limitações e pelas artimanhas do poder político-econômico das sociedades de consumo, que ditam regras de comportamento, o homem começa a despertar para a criação de um modelo social que contemple o bem-comum como uma afirmação do milênio em curso.

Nesta direção, aos poucos, o homem liberta-se das amarras que o prendem a valores materialistas vinculados ao egocentrismo. Mecanismo que gera um número incalculável de "Marias e Joãos", dependentes de um estado de coisas criado pelo ciclo reencarnatório que tende a se repetir sem uma alteração comportamental que seja significativa para estes indivíduos. E a libertação de um padrão de comportamento arraigado ao passado é determinante para que o indivíduo assuma a sua condição de agente transformador de realidades, a partir da "realidade" de si mesmo inserida na transparência do universo.

Como registrou o poeta espanhol, Antonio Machado: "Não há caminhos, se faz caminhos ao caminhar", pois a natureza do ser inteligente não o orienta a seguir, indefinidamente, caminhos atrás do outrem, mas vivenciar a própria experiência ao trilhar um caminho que o leve ao crescimento integral em sintonia com a expansão da consciência. 

Neste sentido, temos uma referência que poderá surgir como uma luz a iluminar a nossa caminhada, que são as leis universais -ou naturais- que orientam o ser inteligente a seguir a trilha do encontro consigo mesmo através da prática do bem e do amor fraternal. Um caminho de descobertas que apuram o sentido da vida e o senso de responsabilidade do indivíduo para consigo próprio, com o outrem e com o planeta Terra que é a sua morada.

Autoconhecimento de nível avançado que abre as portas da percepção para a natureza interdimensional do homem. Uma experiência de evolução a partir de uma escolha que transcende ao ego, observado como uma instância da personalidade limitada às ressonâncias das vivências na dimensão da matéria.

Portanto, dizer que uma pessoa é "Maria vai com as outras", significa dizer que ela é facilmente influenciável, sem vontade própria e que se deixa levar pela opinião de outras pessoas. Um paradigma que pode ser alterado quando decidimos trilhar o próprio caminho, como sugere a fábula no seu final: "Agora, mé, Maria vai para onde caminha o seu pé".

Flávio Bastos