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sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Guerreiras e Heróis

Não estou assistindo ao Big Brother, mas vi a chamada para o programa dia desses. Mostrava uma moça, uma das participantes, olhando pra câmera e dizendo com ar dramático: 'Eu sou uma guerreira!!'. É de dar nos nervos. Guerreira por quê? Porque está participando de um programa de televisão que vai levá-la, no mínimo, à capa da Playboy? Guerreira porque foi escolhida entre milhões de candidatos para ficar comendo do bom e do melhor e jogando conversa fora com um monte de desocupados? As pessoas não têm culpa de serem burras, mas mereciam uma surra por se levarem tão a sério.
O Big Brother é um programa de tevê como outro qualquer e não defendo sua extinção, mas é preciso ficar atento a certos exageros. Por exemplo, é um exagero condenar o jornalista Pedro Bial por apresentá-lo, o cara está trabalhando, só isso. Por outro lado, ele perde a noção quando chama aquele pessoal de 'nossos heróis'. É o mesmo caso do 'guerreira': a troco de que usar essas expressões graves e superlativas para falar de uma brincadeira televisiva onde todos sairão ganhando? O que irrita no Big Brother, mais do que sua inutilidade, é o fato de os participantes serem tratados como vítimas. Qual é? Circula pela internet um arquivo PPS que, pela primeira vez na história dos PPS, me tocou. Ele mostra heróis de verdade: homens e mulheres que abrem mão do conforto de suas casas para fazer trabalho voluntário em aldeias na África e em clínicas móveis no Líbano. São pessoas que oferecem ajuda humanitária internacional através do programa Médicos sem Fronteiras e que não medem esforços para dar amparo e assistência a moradores de ruas e demais necessitados, seja no fim do mundo e ou aqui mesmo nas ruas do Brasil. Isso é heróico, isso é ser guerreiro. Quantos de nós, bem nascidos e bem criados, abrem mão de seus pequenos luxos para ajudar quem precisa? Por isso, se você é da turma que liga pro Big Brother pra votar em paredões, pense melhor antes de erguer o telefone. Direcione sua ligação para um programa assistencial, gaste seu dinheiro com algo que realmente seja útil. Assista ao BBB, divirta-se e dê audiência, não há nada de errado com isso, mas cada vez que tiver o impulso de ligar pra tirar fulano ou sicrana do programa, se toque: tem gente mais necessitada precisando da sua ligação. O site do Unicef traz uma lista de entidades que você pode colaborar dando apenas um telefonema. Quer dar uma espiadinha? Então espie o que está acontecendo à nossa volta.

Crônica de Martha Medeiros, escrita em 2008


Li esta crônica no livro "Doidas e Santas" da Martha Medeiros, e como me identifiquei muito com a opinião dela, resolvi partilhar aqui, pois concordo com cada palavra do texto. Porém, deixo claro que é a "minha" forma de pensar, e que não tenho nada contra quem assiste e gosta do BBB, pois cada um sabe o que é melhor para si mesmo. Eu, particularmente, prefiro ler um bom livro, meditar, blogar, ouvir música, dançar, malhar, ligar para uma amiga...Tantas outras coisas que me acrescentam bem mais! Bem, as férias estão maravilhosas, por isso estou afastada dos blogs e Facebook, resolvi dar um tempo no mundo virtual e aproveitar esse momento tão meu! Em fevereiro volto com tudo, e conto as novidades!! 
Beijos!!