"O autoconhecimento se torna uma necessidade prioritária na programática existencial da criatura. Quem o posterga, não se realiza satisfatoriamente porque permanece perdido em um espaço escuro, ignorado dentro de si mesmo". (Joanna de Angelis)
Antes do surgimento do espiritismo e das psicoterapias que investigam o inconsciente profundo, era conhecida somente uma memória, que ligava a pessoa a acontecimentos de sua vida atual. A ciência espírita e as novas metodologias terapêuticas aprofundaram a investigação do inconsciente humano através da memória periespiritual, também conhecida como memória extracerebral, ou seja, a faculdade que retém ideias, sensações e impressões adquiridas anteriormente à fase intrauterina da vida presente do indivíduo.
Essa visão interdimensional da natureza humana amplia a visão reducionista do comportamento e ilumina o caminho de quem busca respostas para os significados da vida a partir do processo de autoconhecimento.
No entanto, acessar uma área protegida pelo "véu do esquecimento" como se referem os espíritas, é aceitável sob o ponto de vista ético, quando a intenção é buscar informações que possam aliviar a dor psíquica pelo esclarecimento da situação pretérita que gerou a experiência de sofrimento da vida atual.
A regressão de memória a vidas passadas não opera milagres de cura, mas ajuda a pessoa a conhecer-se melhor através do mecanismo causa-efeito que gera o desconforto psíquico.
O ser inteligente é uma soma de fatores que associa passado e presente numa proposta de evolução consciencial. Acessar informações do inconsciente profundo em benefício de si mesmo é uma oportunidade de resgatar verdades perdidas no labirinto do tempo.
Neste sentido, a regressão de memória torna-se um eficiente instrumento quando utilizado com a finalidade terapêutica de trazer à luz da consciência, sintonias que se interconectam através de distintas épocas e que interferem de uma forma incisiva na qualidade de vida da pessoa.
O terceiro milênio avança e com a nova era de transformações, a visão interdimensional da natureza humana expande os horizontes do conhecimento para muito além da sensorialidade comum, abrindo caminhos para que a inteligência humana penetre em dimensões nunca antes visitadas.
Neste desbravar de caminhos, o autoconhecimento liberta o ego para que ele assuma sua identidade de conexões interdimensionais. Porém, antes, o processo deve passar pela compreensão e superação dos bloqueios psíquico-espirituais que ligam o indivíduo às repercussões de suas vivências na dimensão física. Ou seja, o ego precisa compreender-se para libertar-se de seu fardo e aceitar o self como legítimo substituto na jornada evolutiva.
Somos aquilo que criamos para nós mesmos, desta verdade ninguém escapa. Alimentamos, durante o ciclo reencarnatório, sentimentos que podem ganhar intensidade com o passar do tempo. Por falta de conhecimento de si próprio, acumulamos em nossa bagagem existencial: culpa, raiva, carência afetiva e desilusão, entre outros. Energia que atua negativamente no sentido de desfocar o espírito de seu real objetivo, que é o progresso pela via da libertação das mazelas humanas que o tornam dependente de uma limitada percepção existencial.
Se os relacionamentos não dão certo, procure em você as causas das frustrações amorosas. Se a carreira profissional não decola, encontre nas suas limitações as origens de sua indignação. Se alguns sentimentos mais intensos o perturbam a ponto de interferir na sua qualidade de vida, investigue o seu passado à procura de sintonias.
A falta de luz consciencial significa bloqueio, escuridão, prisão, desconhecimento. O contrário ilumina, desbloqueia, cura e liberta. Temos a liberdade de escolha entre uma situação ou outra. A primeira representa paralisia, cegueira existencial. A segunda significa libertação de si mesmo e expansão da consciência.
Somos o resultado daquilo que semeamos durante muitas vidas do espírito imortal. Neste longo processo, o despertar que altera o próprio paradigma não acontece por acaso. Precisamos ter convicção e perseverar no autoconhecimento para atingir, gradativamente, os degraus da evolução, que começa com a solução dos problemas mais simples, mas que impedem que visualizemos além de nosso egocentrismo.
Nascemos de pais biológicos, mas como disse Kahlil Gibran "somos filhos e filhas da vida, desejosa de si mesma". Desejo de ver seus filhos crescerem, se expandirem em busca de verdades íntimas que precisam compreender e elaborar para tornarem-se seres amadurecidos e de bem consigo mesmos, com o outrem e com o mundo em transformação.
Flávio Bastos
2 comentários:
Mensagem muito linda , bem escolhida e como precisamos de coisas assim e iluminarmos nossas mentes e corações! bjs,chica
Olá Mari!
Cheguei até aqui pelo blog da Anajá, Minha vida no campo e fiquei encantada...muito parecido com o meu blog, apesar do meu ser sobre aromaterapia. Com certeza virei mais vezes aqui! abraços e parabéns!
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